terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Os nossos veteranos









Os diferentes grupos de “veteranos”, como carinhosamente são apelidadas as famílias leitoras, continuam a reunir, a reflectir, a ler, e a produzir. Prova disso são os registos aqui apresentados.
Face ao desafio de colaborar com as respectivas escolas e agrupamentos no grande tema -Diálogos Interculturais, os contributos foram diversificados: desde as recolhas das origens de diversos alimentos, como o chá, o café, o chocolate; de receitas oriundas dos quatro cantos do mundo; de curiosidades alusivas aos festejos natalícios nos vários continentes... foi reunido um considerável conjunto de materiais que estiveram expostos nas escolas durante a época de Natal. Alguns grupos encarregaram-se ainda de apresentar, nas festas de Natal das suas escolas, as mesas interculturais.

Ao longo dos vários encontros, as famílias leitoras tiveram oportunidade de recordar e reviver os Natais das suas infâncias, de conhecer algumas manifestações literárias alusivas à época, como “A Noite de Natal” de Sophia de Mello Breyner, “Há sempre uma estrela no Natal” de Luísa Ducla Soares, obras que foram sugeridas para leituras entre sessões.
Ainda no seguimento do tema, algumas famílias efectuaram recolhas de cantares dos reis.

CURIOSIDADES


"Lenda do Panetone"


Uma lenda antiga diz que o panetone foi criado por um padeiro chamado Toni que se apaixonou por uma moça e para impressionar seu sogro criou uma nova receita de pão recheada com frutas cristalizadas. Com o tempo esse pão recebeu o nome de "pan di toni" ou seja o pão do toni que actualmente é chamado de panetone.

O que pode haver no sapatinho...


A tradição espanhola que "manda" colocar pedaços de carvão no sapatinho das crianças cujo comportamento não foi o melhor, parece ter ecos na nossa região, pois, em Rebordões Souto, no tempo da infância de algumas mães leitoras, também se corria o risco de encontrar o sapatinho recheado de cascas de amendoins...



sábado, 20 de dezembro de 2008

"E o peixe?"

A família Filénio, de Forjães, pegou nos participantes desta edição do projecto, apresentou-os às personagens das nove obras trabalhadas ao longo das sessões, e levou-nos, no dia da tertúlia, a viver uma fantástica aventura...
Aqui fica o percurso.

E o Peixe?

(Joana, Francisca, mãe e pai)

Aos cinco de Dezembro de 2008.

Era uma vez, numa terra chamada Forjães, um povo muito doce onde todos viviam felizes.
Fazia parte desse povo a Lua que um dia resolveu convidar os seus amigos, o Urso Formigueiro, a Velhinha da Cabaça, a Vírgulina, o Pequenino do dedal, o Senhor Luís da Semente, a Formiga Rabiga e o Maluquinho da Bola, para uma grande viagem.
Partiram todos encavalitados num grande peixe chamado…chamado…bem não sei o seu nome (vou ver se mais tarde me vem à cabeça), mas que tinha umas grandes asas de rebuçado.
Ao cruzarem-se com um Soldado de Chocolate que ia visitar a namorada indiana à Costa de Malabar, disse-lhes aquele :
- Amiguinhos, partam para além daquelas estrelas que estão muito longe; vivem lá um seres fantásticos que estão a descobrir uma coisa a que chamam “Livro”.
A Velhinha da Cabaça de imediato respondeu:
- Vamos lá ! Voa, voa peixinho, voa voa peixão, vamos descobrir esse livrão.
Todos concordaram com a sugestão do Soldado de Chocolate e lá foram.
Voaram muitas noites e atravessaram uma galáxia.
- Ainda nada? Perguntou o Senhor Luís da Semente que já se sentia um pouco impaciente.
- Nada! Respondeu a Vírgulina que nunca mais via o ponto final da viagem.
Voaram muitas mais noites e atravessaram muitas mais galáxias.
- Ainda nada? Voltou a perguntar o Senhor Luís.
- Não! piou um pássaro que levava uma flor no bico e que por ali ia a passar.
O Pequenino do Dedal, que seguia no bolso do sobretudo do Urso-formigueiro, peludo, trombudo e com passos de veludo, disse:
- Esta viagem faz-me lembrar um passeio de balão ou o meu barco de cortiça em navegação.
Num dia de muito frio e depois de passarem para lá das estrelas todas, chegaram finalmente à terra de que o Soldado de Chocolate lhes falara.
- Bolas! Bolas! Disse o Maluquinho, chegamos. Vou poder comer ervilhas e apanhar azevinho.
- Vedes alguém? Perguntou o Urso-formigueiro, peludo, trombudo e com passos de veludo.
- Não dá para ver ninguém, disse a Formiga Rabiga! E como era uma formiga ladina, viva e esperta acrescentou: Mas Tracei um plano para descobrir esses seres do outro mundo, mais essa coisa a que chamam “Livro”.
Só preciso de luz!
Na verdade, estava escuro como breu.
A lua que tinha convidado toda a gente para o passeio, tomou a palavra e disse:
- Amigos, vou-me aproximar deste sítio desconhecido e encher-me de luz; tornar-me-ei numa lua cheia; segui-me então e descobriremos juntos este grande mistério.
E descobriram-no !
O sítio era muito colorido e junto à entrada tinha a seguinte inscrição “ESCOLA”.
Pouco a pouco iam aparecendo os seres fantásticos nunca antes vistos pelos nossos amigos.
Apareceu primeiro uma fada Augusta; depois outras fadinhas – Isabel, Manuela, Irene, Valentina e outras –.
Apareceu por lá também um mago Carlos.
Depois, do interior de umas latas rolantes saíram uns duendes com uma sacola branca ao ombro ( que devia ser a merenda).
- Olhem, disse o Velhinha da Cabaça, um dos seres leva ao colo um duende pequenino.
Souberam depois que se chamava Gabriel.
Todos gostaram de ver a gracinha.
Os nossos amigos ficaram a observar estes seres fantásticos.
Chegavam e sentavam-se em círculo. Tiravam depois da sacola a tal coisa a que chamavam “Livro”; Abriam-no e fechavam-no e descobriam o que nele se dizia.
Falavam ainda de coisas tão bonitas. Ouçam lá:
- Que os pintainhos foram estendidos na corda da roupa.
- Que a lua ajudava a matar saudades do duende pai que estava na Suíça.
- Que a lua sabe a queijo.
No final, levantavam-se e voltavam a partir nas latas rolantes, que tinham uns olhos muito luminosos.
- Fiquemos aqui para ver o que acontece! Disse a Vírgulina.
- E descobrir muito mais sobre os “Livros”! Acrescentou a Formiga Rabiga.
Todos estavam de acordo em ficar … e em segredo e à garupa do peixe que ficou a planar por cima do sítio descoberto, adormeceram.
Porém, no dia seguinte aconteceu uma desgraça.
Logo que uma estrela a que os duendes e fadas chamavam “Sol “ acordou e começou a lançar os seus raios quentes, as asas de rebuçado do Peixe derreteram.
Os nossos amigos ficaram desamparados e, muito aflitos, caíram em cima da escola, mesmo no sítio onde os duendes e as fadas se sentaram em círculo na noite anterior e no exacto local onde tinham deixado alguns livros.
Felizmente, nenhum deles se magoou.
E, antes que chegassem os primeiros duendes, por artes de magia,
O Urso-formigueiro e a Formiga Rabiga passaram a viver num belo livro, onde também viviam abelhas e pássaros.
A Velhinha da Cabaça foi viver num álbum amarelo torrado, onde também havia um lobo, um urso e um leão.
A Vírgulina passou o resto da vida num livro de poemas chamado “poemas pequeninos para meninas e meninos” ou antes “poemas para meninos e meninas pequeninos”, ou … adiante.
O Pequenino do Dedal nunca mais cresceu, e brincou muito num livro da Gailivro chamado “Se eu fosse muito pequenino”.
O Senhor Luís ficou agarrado a um livro azul e todos os dias rega uma semente de paz … que entretanto começou a crescer.
O Maluquinho da Bola vive num planeta da Luísa Ducla Soares, casou e teve muitos meninos redondos e fofinhos.
A Lua ficou estrelada na capa de um livro rectangular e acabou por ser trincada pelo duende pequenino, chamado Gabriel, que como a hora já ia tardia, apeteceu-lhe comer uma bolacha.
Os nossos heróis viveram felizes para sempre e não mais voltaram para Forjães;
Todos os dias ajudavam a adormecer e a sonhar a Catarina, o Tiago, o Tomás, o Afonso, o Gabriel, a Tânia, a Beatriz, o Raul, a Cristiana, a Tatiana, o Luís Miguel, a Joana e a Francisca, todos eles duendes pequeninos que viviam na terra para além das estrelas.
Vitória, vitória acabou-se a história…

(E o peixe ?!)
Ah!... O peixe; o peixe afinal já me lembro…chama-se Imaginação e naquele dia em que lhe derreteram as asas de rebuçado, pousou na cabeça de cada um de nós e entrou;
As asas voltaram a crescer e, desde então, leva-nos a voar por muitos mais sítios encantados de onde nunca mais queremos voltar.

Agora sim, vitória, vitória, acabou-se a história.

Fim.

8ª Edição: Tertúlia superou expectativas









No passado dia 5 de Dezembro teve lugar, na EBI de Forjães, o encerramento da 8ª edição do projecto “Lê para mim que depois eu conto”. As famílias participantes encantaram todos os presentes com os testemunhos e os trabalhos apresentados.
Foi particularmente evidenciada a importância da leitura em família e foram valorizadas as experiências afectivas vividas em torno dos livros e das histórias.
Os saberes de cada família envolveram-se nas vivências dos protagonistas das obras trabalhadas e foram postos ao serviço da realização dos excelentes trabalhos apresentados.
Deste modo, e a título de exemplo, o Sr. Carlos que se diz “meio ferreiro” criou um Sr. Luís Gigante, pronto a enfrentar o pássaro que lhe roubara a flor! Um original cavalete, realizado por um pai carpinteiro, retratava possíveis espaços de leitura: na escola, na biblioteca e em família. A pesquisa de diferentes versões de uma mesma obra foi o produto da família do Sr. Zé Manel, que enriqueceu, deste modo, o repertório de “Velhinhas da Cabaça” desta comunidade de leitores. Surgiram ainda recriadas as simpáticas personagens de “A que sabe a Lua” e “um maluquinho da bola” versão boneco de trapos. Fomos ainda levados a visitar a casa das nove portas, que convidava a uma visita guiada pelas nove obras do projecto... “E o peixe?”: foi o título da viagem organizada pela família Filénio...
Uma pequena palestra em torno do tema e um animado convívio completaram tão agradável serão… A comprová-lo estão os registos que aqui deixamos...

Bem-hajam todos os que tornaram possível a experiência!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

As Rimas das Famílias de Forjães

Dedicadas ao Raúl:

Ó Raúl, ó Raúl
Vai para a escola
E pinta o sol de azul...

Era um menino chamado Raúl
Morava no Norte
Mas queria
Conhecer o Sul

Para a Carolina:

Eu chamo-me Carolina
E sou muito fina.
Sou muito parecida
Com a avó Rufina.

Eu sou a Carolina Reis
Não gosto de apanhar papéis.

Depois de uma boa refeição
Lavo sempre os dentes,
Como disse na televisão.


A pensar nas netas da Maria do Meira


Vou-te contar uma história,
Uma história verdadeira,
De três meninas marotas
netas da Maria do Meira

A mais velha é Ana Rita,
A do meio é a Carolina
E a Maria Inês
É a mais pequenina.

A Ana Rita
Anda sempre de fita.

A Maria Inês
Não espera pela sua vez.

A Carolina
É muito traquina.

Para a Tatiana

Era uma vez…

Era uma vez uma menina
Chamada Tatiana,
Que ao ouvir histórias
Fica muito encantada.


São histórias engraçadas
Que muito a fazem rir,
Outras são mais entusiastas
Que a fazem aplaudir.


Antes de se ir deitar
Gosta sempre de as ouvir,
Já deitada em sua cama
Depressa fica a dormir.


Assim acaba a história
Mesmo antes de adormecer,
A narração fica na memória
Amanhã outra lhe vou ler.

8ª Edição do Projecto na EBI de Forjães









A decorrer desde o dia 6 de Novembro, na EBI de Forjães, a 8ª edição do Projecto “Lê para mim, que depois eu conto…” conta com a participação de nove famílias do pré-escolar e do 1º e 2º anos do 1º CEB.
Este grupo reúne-se, com muito agrado, nas tardes de quinta-feira para partilhar as suas experiências de leitura em família.
Aqui ficam alguns ecos desses momentos.
A propósito de “Ainda Nada?”, as opiniões sobre a atitude do pássaro continuam a surpreender: “O pássaro foi muito mais esperto…” e até desperta paixões, como aconteceu com a Tatiana, que, aproveitando o facto de o pássaro estar apaixonado, declarou também a sua paixão. E o chapéu do Sr. Luís? Já alguém tinha reparado que era sempre diferente? Pois, estas crianças entenderam que tal facto o levou a distrair-se e a perder a flor… E já agora, qual é a ferramenta que se utiliza para abrir buracos? Parece que em Forjães não é uma forquilha…
Uma vez mais, estamos perante o cruzamento das leituras das obras com as vivências das famílias, o que vem enriquecer o saber de todos.
Aguardamos, com expectativa, a tertúlia...

Tertúlia em Guilheta







Encerrou no passado dia 28 de Novembro a 7ª edição do projecto “Lê para mim, que depois eu conto…” na EB1/J.I. de Guilheta (Esposende).
Uma vez mais, os mesmos textos originaram diferentes leituras, como se pode ver pelos trabalhos apresentados pelas famílias participantes.
A Tertúlia contou ainda com a acção de sensibilização “Das histórias com famílias às famílias com histórias”, pela RIBE.
Estão de Parabéns as Famílias de Guilheta, assim como todo o corpo docente participante!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A decorrer em Forjães a 7ª edição do projecto


A sétima edição do "Lê para mim, que depois eu conto..." já está no ar desde o dia 17 de Outubro na EB1/JI de Guilheta, no Agrupamento de Terras de Baixo Neiva, em Forjães, Esposende. Funciona com um grupo de pais do Jardim de Infância e do 1º e 2º anos do 1ºciclo.Um grupo de pais muito curioso e empenhado nos momentos de leitura que acontecem durante o nosso trabalho e felizes por levarem histórias tão interessantes para lerem aos filhos.E é bem verdade que cada leitor faz a sua leitura. Por isso, a lua, para além dos sabores que já lhe tinham sido atribuídos, sabe ainda “a sopa de estrelinhas” e a “paixão” e é muito Romântica, porque os românticos andam sempre na lua!”. Até há quem não saiba o sabor, mas, dá uma mordidela no livro para descobrir o paladar da lua.
E o maluquinho da bola além de "não ter educação porque brinca com o pão", também podia ir viver para o espaço porque lá estão os planetas que são bolas!. E repararam que o jogo de futebol não era em Portugal? É que não estava lá a Bandeira Nacional!

E cá vai uma poesia para uma filha.

A minha filha pequenina
Chama-se Gabriela
Tem cheirinho a cravo
E olhos cor de canela
Anda na escola a aprender
As letras do abecedário
Pois já anda na primária,
Já saiu do infantário
Gosta que lhe leiam histórias
À noitinha, ao deitar
Adormece no seu embalo
E passa a noite a sonhar
Ela faz muitas asneiras,
Pois é muito traquina
Mas também é meiguinha
É boa menina
Ela é muito bonita
Quando crescer será bela.
Amo do coração
Minha filha Gabriela.
Mãe Fernanda

O Menino e a Tartaruga



De certeza que, em mais do que um momento, as personagens das histórias que ouvimos e que contamos, conversam na nossa memória... Foi a propósito dessas conversas que a famíla Matos, participante da 6ª edição do projecto (C.E. Feitosa), criou este fabuloso diálogo entre duas das personagens mais queridas das nossas crianças: o menino de "Se eu fosse muito pequenino" e a Tartaruga de "A que sabe a lua".
Acompanhemos as suas aventuras:
O Menino e a Tartaruga


Tartaruga – Olá, eu sou a Tartaruga e tenho muitos amigos com um grande Desejo…
Menino – Eu sou um menino muito pequenino e consigo coisas fantásticas que pouca gente consegue. Ó tartaruga, posso saber que desejo é esse que tu e os teus amigos perseguem?
Tartaruga – Olha, temos o desejo de tocar e saber a que sabe a lua.
Menino – A que sabe a lua?!!!!!!!
Tartaruga – Já há algum tempo que à noite ficamos ansiosos a olhar o céu e a imaginar a que sabe a lua e como até ela chegar. Sabes, deve ser muito difícil, pois ela está longe.
E tu, menino pequenino, que coisas fantásticas consegues fazer?
Menino – Ó Tartaruga, sabes, eu, por ser muito pequenino faço coisas que os grandes não conseguem.
Tartaruga – Tais como?!!
Menino – Olha, ajudo as formigas a levar as sementes para as suas tocas, conto histórias de gigantes aos lagartos que apanham sol, até me posso meter num ninho de andorinhas…
Tartaruga – Ah! Ah! Ah! Fazes-me rir. Como é isso possível?
Menino – É. Não vês que sou muito pequenino.
E tu, diz-me lá, como vais fazer para chegar à lua?
Tartaruga – Sei lá.
Menino – Já sei. Que tal subires aquela montanha, e assim ficares mais perto dela? Tenta, talvez consigas.
Tartaruga – Boa ideia!
Menino – E depois pedes ajuda aos teus amigos.
Tartaruga – É melhor começar a escalar a montanha.
Menino – Boa. Enquanto fazes isso vou esconder-me na gaveta mais pequenina da cómoda do meu quarto, para jogar às escondidas com a minha mãe.
Tartaruga – Meu Deus, és mesmo muito pequenino…
Ui, Ui, já estou a ficar cansada e ainda vou a meio da montanha.
Menino – Faz um esforço e verás que consegues lá chegar
Tartaruga – Estou a chegar, mas ainda vejo a lua bastante longe. Vou ter que chamar os meus amigos para me ajudarem.
Menino – Então? Não consegues tocar a lua?
Tartaruga – Ainda não. Mas já está mais próxima. E tu, onde estás?
Menino – Estou aqui. Não me consegues ver?
Tartaruga – Não.
Menino – Aqui… Estou a tomar banho dentro deste dedal.
Tartaruga – Dentro de um dedal?!!!
Olha, o meu amigo elefante chegou, vou pedir-lhe para saltar para as minhas costas… Talvez fiquemos mais perto da lua.
Menino – Olha, eu se quisesse tinha uma maneira mais fácil de chegar à lua…
Tartaruga – Tinhas? Como?
Menino – Por ser pequeno, podia sentar-me na cabeça de uma gaivota, admirava a lua e voava sobre as ondas do mar…
Tartaruga – Pois, para ti talvez seja fácil. Eu, já não me bastava escalar a montanha, que ainda tenho que aguentar com o peso do elefante… E a lua ainda está tão longe.
Menino – Ainda te falta um pouco, mas não desistas…
Tartaruga – Ainda falta um bom pedaço. Até parece que quanto mais perto estamos dela, mas longe ela fica, parece que está a fugir. Acho que está a brincar.
Mas como tenho muitos amigos… Já cá chegaram mais dois.
Menino – E quem são?
Tartaruga – A girafa e a zebra.
Menino – Agora vai ser fácil. A girafa é muito grande e tem um pescoço enorme…
Tartaruga – Não creio, a lua continua muito longe. Tão longe como tu. Cá de cima não te consigo ver.
Menino – Pois não. É que eu estou escondido debaixo de uma porta para…
Tartaruga – Os meus amigos não param de chegar. Agora já cá está o leão, que vai saltar para as costas da girafa.
Menino – Boa! Enquanto vou fazer um barco para as minhas extraordinárias viagens…
Tartaruga – Tão pequenino e vais fazer um barco?!!!
Menino – Sim. Um barco, e depois faço longas viagens dentro da minha banheira.
Tartaruga – Dentro da tua banheira?!!!!!!!!!!!!!!!!
Menino – Sim. Basta somente uma rolha de cortiça e dois palitos para fazer de remos… depois é fazer-me ao mar.
Olha, cá de baixo, parece-me que a lua vos foge cada vez que chegais mais perto dela…
Tartaruga – Também me parece, mas eu tenho muitos amigos e depois de cá ter chegado o leão, já cá estão a raposa e o macaco. Mas… tenho um problema.
Menino – Um problema!?
Tartaruga – Sim. É que está a ficar muito frio aqui no cimo da montanha…
Menino – Olha, eu quando tenho muito frio, e como sou pequenino, vou no bolso do sobretudo do meu pai e até durmo no caminho para a escola.
Tartaruga – Eh! Eh! Eh! Deve ser muito bom sentir o quente do bolso do sobretudo do teu pai…
Ai, Ai… não aguento mais!...
Menino - Não aguentas?
Tartaruga – Já viste? Tenho em cima de mim um elefante, uma girafa, uma zebra, um leão, uma raposa e um macaco, e…
Menino – Que foi?
Tartaruga – É o meu amigo rato que está trepando por todos nós acima e… Boa. Boa, Boa…
Menino – Conseguiram?
Tartaruga – Sim, o meu amigo rato deu-lhe uma dentada…
Menino – Posso ir aí?
Tartaruga – Podes. Mas como o farias? Isto aqui é tão alto e tão frio…
Menino – Se deixares, podia atar-me ao fio de um balão vermelho e voar até aí como se fosse um pássaro ou uma nuvem…
Tartaruga – Podes, podes, e assim saberás também o sabor que tem a lua, pois o rato está a dar migalhas a todos os outros e sobra um pedacito para ti…
Menino – Que bom! Já estou voando… E, onde estais?
Tartaruga – Estamos aqui.
Menino – Ah! Já vos estou a ver…
Tartaruga –Aqui, aqui… Apresento-te os meus amigos… Pega o teu pedacito de Lua…
Menino – Obrigado.
Tartaruga – Agora, vamos ficar aqui a dormir todos juntos. Queres ficar connosco?
Menino – Não. Vou levar este pedaço de lua e convidar todos os meus amigos pequeninos para fazer uma festa.
Tartaruga – Bom, vou dormir, pois estou cansada…
Menino – Gostei de te conhecer. Depois da festa com os meus amigos pequeninos também vou dormir… dentro de um búzio da praia embalado pelas ondas do mar… e sonhar com este pedacito de Lua.
E o Tiago rematou - Vitória, vitória, acabou-se a história

Tertúlia - Centro Educativo da Feitosa






















A 6ª edição do projecto "Lê para mim, que depois eu conto..." encerrou no passado dia 14 de Novembro com a apresentação dos trabalhos realizados, uma acção de sensibilização para a importância do desenvolvimento de hábitos de leitura (pela Dra. Manuela Castro – Coordenadora Local RBE) e uma feira-mostra de Literatura.
Participaram neste evento as famílias envolvidas (pais e filhos), as educadoras e professoras dos anos de escolaridade envolvidos, outros professores do C. Educativo, representantes do Conselho Executivo e outros convidados, num total de cerca de 90 pessoas.
Foi um momento alto na vida do projecto. Pais e filhos, irmãos, avós, tios e outros familiares e amigos partilharam entre si, e com todos os presentes, experiências afectivas vividas através dos livros e da leitura...
Todas as famílias estão de Parabéns, pois realizaram e apresentaram excelentes trabalhos...
São agora esperadas no "Clube das Famílias Leitoras"!
Não nos sendo possível expor amostras de todos os trabalhos apresentados, deixamos, contudo, alguns exemplos.
"Leitura Saborosa"
Ingredientes:
Família reunida
1 bom livro
Conforto
DisponibilidadeGosto e Paciência q.b.
Modo de Preparação:
Junte a família num cantinho sossegado e confortável. Adicione uma ou outra troca de ideias quanto ao livro a degustar. Proporcione um momento único de prazer, unidos, alternando com os afectos que possam salpicar para fora de cada um e envolva-os sem se debater com o tempo que vai gastar, mas com a quantidade de fermento que vai ajudar cada um a crescer uniformemente. Faça um creme leve composto por um olhar, uma carícia, ou até mesmo um sentimento envergonhado. Triture todos os ingredientes com sabedoria, e minuciosamente passe-os para fora. Elimine desta receita todos os ingredientes que a possam contaminar: televisão, computador, consola e outros.
Faça uma bola moldada pela personalidade de cada um, deixe-a levedar o tempo que achar necessário. Tente rechear com todas as palavras, sons, imagens ou mesmo imaginação.
Leve a cozer em forno brando todas as dúvidas e descobertas feitas ao longo desta deliciosa confecção.
Por fim, mas não menos importante, delicie-se com esta receita sempre que quiser, desfrutando de todo o paladar, o sabor, o observar, o ouvir, o sentir, transmitido pelo livro explorado em família.
Acompanhe com uma boa porção de imaginação e solte-se livremente no mundo mágico e absorvente que é a leitura, sem se preocupar com as calorias adquiridas.
BOA LEITURA!
Sugestão do chef: Ana Catarina Cunha Caldas (Novembro 2008)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

"A Carochinha"

Tal como prometido aqui fica o texto do trabalho produzido e apresentado pelo grupo de pais de Rebordões Souto no I Encontro Interconcelhio de Famílias Leitoras. Deliciemo-nos com as aventuras desta "Carochinha dos tempos que correm"...

A Carochinha

Para os nossos filhos: Tatiana, Francisca, Liliana, Beatriz e Tiago
As Mães: Gracinda Malheiro, Lúcia Pinto, Paula Rodrigues, Cristina Sousa e Celeste Calheiros
Maio 2008


Andava a Carochinha, de MP3 no ouvido a
escutar o seu
Hip-Hop favorito,
enquanto aspirava a sua casa.

Quando de repente o telemóvel tocou
E ela de alegria saltou alguém do outro lado
lhe disse
que a lotaria ganhou.

Logo correu a comprar um computador e
pôs um anúncio na internet:
-“Carochinha, bonita e jeitosinha aceita
Marido para casar!”
Não tardou a aparecer o primeiro
pretendente .
Marcaram encontro no Shopping
para se conhecerem melhor.
Chega a Carochinha no seu skate quando vê
um Cão, de dentes serrados, boca
entreaberta e a rosnar.
- Porque estás assim Cão ?- perguntou.
- Estou nervoso de tanto esperar, respondeu.
Nervoso! Tens a doença da raiva? - Para mim já não serves para casar.

Voltou a pôr o anúncio na internet e novo pretendente combinou encontrar.
Lá vai a Carochinha no seu skate muito apressada, para ao encontro não chegar atrasada.
Minutos depois chegou o Galo, de chapéu na cabeça, capote peludo, meias de lã e nariz todo pingão.
- O que te aconteceu ó Galo para vires com esses trajes tão abafados?
-Foi uma pequena gripe que apanhei quando ao estrangeiro viajei.
- Tens a doença da gripe das aves, disse ela. Pois para mim já não serves para casar, outro noivo terei que encontrar.
De novo recorreu ás novas tecnologias e no
dia seguinte, bem cedo, lá deu à perna outra vez.
Desta vez era um Boi que saltava, mugia,
soprava e a cabeça baloiçava.

-Porque estás tão inquieto, Boi ?
-Não consigo parar porque estou louco para te amar.
-Louco? Tens a doença das vacas loucas! Para
mim não serves para casar, e de procurar
marido estou a desanimar.
Voltou a Carochinha, no seu skate, muito
triste para casa, afinal procurar marido pela
net não estava a resultar.

Mas mais uma vez tentou, e um novo mail a
animou.
-“Sou o Ratatui: bonito, elegante, trabalhador.
Tenho um curriculum de causar inveja. Serei
o marido que a Carochinha deseja.”
Carochinha ficou a pensar, um marido tão
famoso todos vão cobiçar, por isso o
casamento é melhor marcar.

O dia tão esperado chegou e a Carochinha lá
se casou. Jornalistas e fotógrafos vieram de
todo o lado, saiu nas revistas …

Foi um casamento muito falado!

Os dois pombinhos foram para Paris e o seu
restaurante, Ratatui lhe foi apresentar.
Como esposo dedicado a comida foi preparar, para ser mais rápido no microondas a pôs a descongelar e lá para dentro foi junto, para a comida poder provar.
Carochinha já estava a desconfiar.
- O maroto fugiu, para não fazer o jantar!
Foi então que começou a procurar encontrando-o minutos depois no microondas a esturricar:
-Ó que desgraça que aconteceu !! O meu marido assado morreu.
Todos vieram ver o que por este casal podiam fazer.
Inspectores, bombeiros, degustadores e cozinheiros, para estudar o caso veio um cientista e para animar o velório veio um baterista.
Também o gato os seus serviços quis prestar
abriu o microondas e de lá o rato fez saltar.
Toda a gente ficou espantada
com tudo o que aconteceu
o electrodoméstico estava
avariado e o Ratatui não morreu.
Carochinha e Ratatui não cabiam em si de
tanta alegria, pelos amigos e conhecidos
repartiram a lotaria.
As crianças, brinquedos e goluseimas
quiseram oferecer
e de skate foram ambos o mundo percorrer .

domingo, 2 de novembro de 2008

6ª Edição "Lê para mim, que depois eu conto...":

Arrancou no dia 3 de Outubro, no Centro Educativo da Feitosa (Agrupamento de Escolas António Feijó- Ponte de Lima) a 6ª edição do "Lê para mim, que depois eu conto...".
A participar com grande entusiasmo estão um grupo de pais do Jardim de Infância, e um grupo de pais do 1º ano de escolaridade.
É interessante ver como, depois de cinco edições do projecto, num total de 9 grupos, as leituras continuam a surpreender. É verdade: quem diria que o protagonista de "Se eu fosse muito pequenino" era um rei, ou que se escondia exactamente naquela gaveta, porque era a única a que ele chegava?
E a lua? Não é surpreendente a colecção de sabores que lhe vão sendo associados? Já alguém tinha pensado em "amendoim"? Em "laranja"? Em "gelado de banana"? E... em "arroz de cabidela"? Pois, a Beatriz achou que era esse o sabor da lua... (e achou muito bem!).
E estas deliciosas poesias feitas de mães para filhos?
Menina pequena traquina feliz
A minha pequena Marta
O que sente, assim o diz
Dona de uma sinceridade farta!

Marta, Martinha, Martocas
Meu pequeno malmequer
Brinca e diverte-se a fazer engenhocas
Flor do meu jardim a crescer

Da minha boca soletro o nome Marta
Do meu coração flui o meu amor
Teu nome escrevo numa carta
Perfumando-a com o aroma da mais bela flor
!
(Catarina Caldas - mãe)
Matilde é o seu nome
É uma menina inteligente
Tem quatro anos
Só não fala como a gente
Comunica por gestos
A sua graça ela tem
Quando chora fico triste
E quando ri, rio também

Linda é a Matilde
Brinca, salta e corre
Quando cai parte o dente
Mas ela não o encobre

Apesar de ser diferente
É igual a qualquer criança
Temos que seguir em frente
Amar e ter esperança
(Carolina - mãe)
Olá, sou a Beatriz
Uma menina muito feliz.
Agora vou aprender,
O que a minha mamã vai ler.
(Jeni - mãe)
Eu tenho uma menina
Muito brincalhona
Chamada Ana
Que brinca na cabana
Também se chama Francisca
E gosta de salsicha
(Celeste - mãe)

No alto da colina
Vivia uma princesa
chamada Carolina
A princesa era traquina
E gostava muito
de tocar concertina
(Anabela - mãe): A Carolina não concordou muito com o "traquina".

Leituras "entre-sessões"

Para partilhar na 2ª sessão, para além do "TPC Família", estão a circular nas famílias leitoras estas duas obras de Literatura Infantil. Têm por base alguns sabores (sempre presentes no imaginário popular)... e encantam grandes e pequenos.






Arranque do ano dos Veteranos

Dando cumprimento ao PAA, já todos os grupos de "Famílias Leitoras" tiveram a sua 1ª sessão.
E o tema "Chocolate" não pareceu desagradar a nenhum dos participantes!
A vontade demonstrada em ler ou reler Joanne Harris (Chocolate), e em ver ou rever o filme, assim como o entusiasmo revelado na proposta de trabalho apresentada, deixou no ar uma fragância aromatizada de... curiosidade, de vontade de voltar e partilhar!




"Cores e Sabores para alimentar Leitores"

Com o "bichinho da leitura" a fazer cócegas, as famílias leitoras estavam sedentas de novidades: novos livros, novas ideias, novos projectos... E o novo ano arrancou assim.
Tentando cruzar os desejos das famílias com um dos temas chave dos Projectos Educativos dos Agrupamentos envolvidos (Diálogos Interculturais), a equipa RIBE elaborou um Plano Anual de Actividades recheado de "Cores e Sabores para alimentar Leitores".

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O I Encontro Interconcelhio foi um sucesso!










Realizado no passado dia 5 de Julho, com a participação de um vasto número de famílias, vindas de diferentes pontos da região, aqueles por onde passou o projecto, o I Encontro Interconcelhio "Lê para mim que depois eu conto..." foi um sucesso!
A comprová-o, estão os registos acima apresentados.
Desde a visita à exposição dos vários trabalhos, realizados ao longo das cinco edições do projecto, na Casa da Juventude, à apresentação de novas formas de contar histórias, aos testemunhos, à visita à BM de Esposende, ao convívio, e à descoberta do Castro de S. Lourenço, foi um dia inesquecível!
O que vem provar que a leitura, afinal, também proporciona momentos muito agradáveis.
Bem-hajam todos os que tornaram possível o evento, e, Parabéns a todas as Famílias Leitoras.
Votos de um novo ano pleno de novas leituras!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Leituras para férias



Livro com cheiro a Chocolate, Livro com cheiro a Morango, Livro com cheiro a Baunilha e Livro com cheiro a Caramelo, todos de Alice Vieira, da Texto Editores.

Livros que reunem um conjunto de quinze pequenos contos cada um, numa panóplia de sabores que irão adoçar os dias longos de Verão!


LEONI, Leo. (2005). Frederico. Kalandraka.

Frederico é um ratinho muito especial que tem algo a partilhar com quem gosta de sonhos...




LEITÃO, Pedro (2008). A praia da Rocha Amarela. Gailivro.
Os já conhecidos protagonistas de "O Leitão Azul" e "A Viagem do Carro Encarnado", Maria Cavalinho e Zé Leitão, partem de novo à aventura! É mais uma divertida Banda Desenhada para colorir o Verão...

Família Leitora




Eu pertenço às Famílias Leitoras.


Participa também e ganha o teu cartão.


Aparece aos encontros mensais.

1º Encontro Interconcelhio

Esposende

5 de Julho de 2007

Como nasceu o projecto

•Formação THEKA (FCG);
•Inexistência de projectos / actividades de leitura direccionados para a família;
•Reconhecimento da necessidade de intervenção na área;
•Investigação de projectos do mesmo âmbito a nível internacional, com muito bons resultados.

Fotos do projecto