terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Os nossos veteranos









Os diferentes grupos de “veteranos”, como carinhosamente são apelidadas as famílias leitoras, continuam a reunir, a reflectir, a ler, e a produzir. Prova disso são os registos aqui apresentados.
Face ao desafio de colaborar com as respectivas escolas e agrupamentos no grande tema -Diálogos Interculturais, os contributos foram diversificados: desde as recolhas das origens de diversos alimentos, como o chá, o café, o chocolate; de receitas oriundas dos quatro cantos do mundo; de curiosidades alusivas aos festejos natalícios nos vários continentes... foi reunido um considerável conjunto de materiais que estiveram expostos nas escolas durante a época de Natal. Alguns grupos encarregaram-se ainda de apresentar, nas festas de Natal das suas escolas, as mesas interculturais.

Ao longo dos vários encontros, as famílias leitoras tiveram oportunidade de recordar e reviver os Natais das suas infâncias, de conhecer algumas manifestações literárias alusivas à época, como “A Noite de Natal” de Sophia de Mello Breyner, “Há sempre uma estrela no Natal” de Luísa Ducla Soares, obras que foram sugeridas para leituras entre sessões.
Ainda no seguimento do tema, algumas famílias efectuaram recolhas de cantares dos reis.

CURIOSIDADES


"Lenda do Panetone"


Uma lenda antiga diz que o panetone foi criado por um padeiro chamado Toni que se apaixonou por uma moça e para impressionar seu sogro criou uma nova receita de pão recheada com frutas cristalizadas. Com o tempo esse pão recebeu o nome de "pan di toni" ou seja o pão do toni que actualmente é chamado de panetone.

O que pode haver no sapatinho...


A tradição espanhola que "manda" colocar pedaços de carvão no sapatinho das crianças cujo comportamento não foi o melhor, parece ter ecos na nossa região, pois, em Rebordões Souto, no tempo da infância de algumas mães leitoras, também se corria o risco de encontrar o sapatinho recheado de cascas de amendoins...



sábado, 20 de dezembro de 2008

"E o peixe?"

A família Filénio, de Forjães, pegou nos participantes desta edição do projecto, apresentou-os às personagens das nove obras trabalhadas ao longo das sessões, e levou-nos, no dia da tertúlia, a viver uma fantástica aventura...
Aqui fica o percurso.

E o Peixe?

(Joana, Francisca, mãe e pai)

Aos cinco de Dezembro de 2008.

Era uma vez, numa terra chamada Forjães, um povo muito doce onde todos viviam felizes.
Fazia parte desse povo a Lua que um dia resolveu convidar os seus amigos, o Urso Formigueiro, a Velhinha da Cabaça, a Vírgulina, o Pequenino do dedal, o Senhor Luís da Semente, a Formiga Rabiga e o Maluquinho da Bola, para uma grande viagem.
Partiram todos encavalitados num grande peixe chamado…chamado…bem não sei o seu nome (vou ver se mais tarde me vem à cabeça), mas que tinha umas grandes asas de rebuçado.
Ao cruzarem-se com um Soldado de Chocolate que ia visitar a namorada indiana à Costa de Malabar, disse-lhes aquele :
- Amiguinhos, partam para além daquelas estrelas que estão muito longe; vivem lá um seres fantásticos que estão a descobrir uma coisa a que chamam “Livro”.
A Velhinha da Cabaça de imediato respondeu:
- Vamos lá ! Voa, voa peixinho, voa voa peixão, vamos descobrir esse livrão.
Todos concordaram com a sugestão do Soldado de Chocolate e lá foram.
Voaram muitas noites e atravessaram uma galáxia.
- Ainda nada? Perguntou o Senhor Luís da Semente que já se sentia um pouco impaciente.
- Nada! Respondeu a Vírgulina que nunca mais via o ponto final da viagem.
Voaram muitas mais noites e atravessaram muitas mais galáxias.
- Ainda nada? Voltou a perguntar o Senhor Luís.
- Não! piou um pássaro que levava uma flor no bico e que por ali ia a passar.
O Pequenino do Dedal, que seguia no bolso do sobretudo do Urso-formigueiro, peludo, trombudo e com passos de veludo, disse:
- Esta viagem faz-me lembrar um passeio de balão ou o meu barco de cortiça em navegação.
Num dia de muito frio e depois de passarem para lá das estrelas todas, chegaram finalmente à terra de que o Soldado de Chocolate lhes falara.
- Bolas! Bolas! Disse o Maluquinho, chegamos. Vou poder comer ervilhas e apanhar azevinho.
- Vedes alguém? Perguntou o Urso-formigueiro, peludo, trombudo e com passos de veludo.
- Não dá para ver ninguém, disse a Formiga Rabiga! E como era uma formiga ladina, viva e esperta acrescentou: Mas Tracei um plano para descobrir esses seres do outro mundo, mais essa coisa a que chamam “Livro”.
Só preciso de luz!
Na verdade, estava escuro como breu.
A lua que tinha convidado toda a gente para o passeio, tomou a palavra e disse:
- Amigos, vou-me aproximar deste sítio desconhecido e encher-me de luz; tornar-me-ei numa lua cheia; segui-me então e descobriremos juntos este grande mistério.
E descobriram-no !
O sítio era muito colorido e junto à entrada tinha a seguinte inscrição “ESCOLA”.
Pouco a pouco iam aparecendo os seres fantásticos nunca antes vistos pelos nossos amigos.
Apareceu primeiro uma fada Augusta; depois outras fadinhas – Isabel, Manuela, Irene, Valentina e outras –.
Apareceu por lá também um mago Carlos.
Depois, do interior de umas latas rolantes saíram uns duendes com uma sacola branca ao ombro ( que devia ser a merenda).
- Olhem, disse o Velhinha da Cabaça, um dos seres leva ao colo um duende pequenino.
Souberam depois que se chamava Gabriel.
Todos gostaram de ver a gracinha.
Os nossos amigos ficaram a observar estes seres fantásticos.
Chegavam e sentavam-se em círculo. Tiravam depois da sacola a tal coisa a que chamavam “Livro”; Abriam-no e fechavam-no e descobriam o que nele se dizia.
Falavam ainda de coisas tão bonitas. Ouçam lá:
- Que os pintainhos foram estendidos na corda da roupa.
- Que a lua ajudava a matar saudades do duende pai que estava na Suíça.
- Que a lua sabe a queijo.
No final, levantavam-se e voltavam a partir nas latas rolantes, que tinham uns olhos muito luminosos.
- Fiquemos aqui para ver o que acontece! Disse a Vírgulina.
- E descobrir muito mais sobre os “Livros”! Acrescentou a Formiga Rabiga.
Todos estavam de acordo em ficar … e em segredo e à garupa do peixe que ficou a planar por cima do sítio descoberto, adormeceram.
Porém, no dia seguinte aconteceu uma desgraça.
Logo que uma estrela a que os duendes e fadas chamavam “Sol “ acordou e começou a lançar os seus raios quentes, as asas de rebuçado do Peixe derreteram.
Os nossos amigos ficaram desamparados e, muito aflitos, caíram em cima da escola, mesmo no sítio onde os duendes e as fadas se sentaram em círculo na noite anterior e no exacto local onde tinham deixado alguns livros.
Felizmente, nenhum deles se magoou.
E, antes que chegassem os primeiros duendes, por artes de magia,
O Urso-formigueiro e a Formiga Rabiga passaram a viver num belo livro, onde também viviam abelhas e pássaros.
A Velhinha da Cabaça foi viver num álbum amarelo torrado, onde também havia um lobo, um urso e um leão.
A Vírgulina passou o resto da vida num livro de poemas chamado “poemas pequeninos para meninas e meninos” ou antes “poemas para meninos e meninas pequeninos”, ou … adiante.
O Pequenino do Dedal nunca mais cresceu, e brincou muito num livro da Gailivro chamado “Se eu fosse muito pequenino”.
O Senhor Luís ficou agarrado a um livro azul e todos os dias rega uma semente de paz … que entretanto começou a crescer.
O Maluquinho da Bola vive num planeta da Luísa Ducla Soares, casou e teve muitos meninos redondos e fofinhos.
A Lua ficou estrelada na capa de um livro rectangular e acabou por ser trincada pelo duende pequenino, chamado Gabriel, que como a hora já ia tardia, apeteceu-lhe comer uma bolacha.
Os nossos heróis viveram felizes para sempre e não mais voltaram para Forjães;
Todos os dias ajudavam a adormecer e a sonhar a Catarina, o Tiago, o Tomás, o Afonso, o Gabriel, a Tânia, a Beatriz, o Raul, a Cristiana, a Tatiana, o Luís Miguel, a Joana e a Francisca, todos eles duendes pequeninos que viviam na terra para além das estrelas.
Vitória, vitória acabou-se a história…

(E o peixe ?!)
Ah!... O peixe; o peixe afinal já me lembro…chama-se Imaginação e naquele dia em que lhe derreteram as asas de rebuçado, pousou na cabeça de cada um de nós e entrou;
As asas voltaram a crescer e, desde então, leva-nos a voar por muitos mais sítios encantados de onde nunca mais queremos voltar.

Agora sim, vitória, vitória, acabou-se a história.

Fim.

8ª Edição: Tertúlia superou expectativas









No passado dia 5 de Dezembro teve lugar, na EBI de Forjães, o encerramento da 8ª edição do projecto “Lê para mim que depois eu conto”. As famílias participantes encantaram todos os presentes com os testemunhos e os trabalhos apresentados.
Foi particularmente evidenciada a importância da leitura em família e foram valorizadas as experiências afectivas vividas em torno dos livros e das histórias.
Os saberes de cada família envolveram-se nas vivências dos protagonistas das obras trabalhadas e foram postos ao serviço da realização dos excelentes trabalhos apresentados.
Deste modo, e a título de exemplo, o Sr. Carlos que se diz “meio ferreiro” criou um Sr. Luís Gigante, pronto a enfrentar o pássaro que lhe roubara a flor! Um original cavalete, realizado por um pai carpinteiro, retratava possíveis espaços de leitura: na escola, na biblioteca e em família. A pesquisa de diferentes versões de uma mesma obra foi o produto da família do Sr. Zé Manel, que enriqueceu, deste modo, o repertório de “Velhinhas da Cabaça” desta comunidade de leitores. Surgiram ainda recriadas as simpáticas personagens de “A que sabe a Lua” e “um maluquinho da bola” versão boneco de trapos. Fomos ainda levados a visitar a casa das nove portas, que convidava a uma visita guiada pelas nove obras do projecto... “E o peixe?”: foi o título da viagem organizada pela família Filénio...
Uma pequena palestra em torno do tema e um animado convívio completaram tão agradável serão… A comprová-lo estão os registos que aqui deixamos...

Bem-hajam todos os que tornaram possível a experiência!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

As Rimas das Famílias de Forjães

Dedicadas ao Raúl:

Ó Raúl, ó Raúl
Vai para a escola
E pinta o sol de azul...

Era um menino chamado Raúl
Morava no Norte
Mas queria
Conhecer o Sul

Para a Carolina:

Eu chamo-me Carolina
E sou muito fina.
Sou muito parecida
Com a avó Rufina.

Eu sou a Carolina Reis
Não gosto de apanhar papéis.

Depois de uma boa refeição
Lavo sempre os dentes,
Como disse na televisão.


A pensar nas netas da Maria do Meira


Vou-te contar uma história,
Uma história verdadeira,
De três meninas marotas
netas da Maria do Meira

A mais velha é Ana Rita,
A do meio é a Carolina
E a Maria Inês
É a mais pequenina.

A Ana Rita
Anda sempre de fita.

A Maria Inês
Não espera pela sua vez.

A Carolina
É muito traquina.

Para a Tatiana

Era uma vez…

Era uma vez uma menina
Chamada Tatiana,
Que ao ouvir histórias
Fica muito encantada.


São histórias engraçadas
Que muito a fazem rir,
Outras são mais entusiastas
Que a fazem aplaudir.


Antes de se ir deitar
Gosta sempre de as ouvir,
Já deitada em sua cama
Depressa fica a dormir.


Assim acaba a história
Mesmo antes de adormecer,
A narração fica na memória
Amanhã outra lhe vou ler.

8ª Edição do Projecto na EBI de Forjães









A decorrer desde o dia 6 de Novembro, na EBI de Forjães, a 8ª edição do Projecto “Lê para mim, que depois eu conto…” conta com a participação de nove famílias do pré-escolar e do 1º e 2º anos do 1º CEB.
Este grupo reúne-se, com muito agrado, nas tardes de quinta-feira para partilhar as suas experiências de leitura em família.
Aqui ficam alguns ecos desses momentos.
A propósito de “Ainda Nada?”, as opiniões sobre a atitude do pássaro continuam a surpreender: “O pássaro foi muito mais esperto…” e até desperta paixões, como aconteceu com a Tatiana, que, aproveitando o facto de o pássaro estar apaixonado, declarou também a sua paixão. E o chapéu do Sr. Luís? Já alguém tinha reparado que era sempre diferente? Pois, estas crianças entenderam que tal facto o levou a distrair-se e a perder a flor… E já agora, qual é a ferramenta que se utiliza para abrir buracos? Parece que em Forjães não é uma forquilha…
Uma vez mais, estamos perante o cruzamento das leituras das obras com as vivências das famílias, o que vem enriquecer o saber de todos.
Aguardamos, com expectativa, a tertúlia...

Tertúlia em Guilheta







Encerrou no passado dia 28 de Novembro a 7ª edição do projecto “Lê para mim, que depois eu conto…” na EB1/J.I. de Guilheta (Esposende).
Uma vez mais, os mesmos textos originaram diferentes leituras, como se pode ver pelos trabalhos apresentados pelas famílias participantes.
A Tertúlia contou ainda com a acção de sensibilização “Das histórias com famílias às famílias com histórias”, pela RIBE.
Estão de Parabéns as Famílias de Guilheta, assim como todo o corpo docente participante!