sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Projecto em Fornelos









Está a decorrer desde o passado dia 20 de Janeiro a 11ª edição do “Lê para mim, que depois eu conto…” na EB1 de Igreja – Fornelos, Agrupamento de Escolas de António Feijó (Ponte de Lima).
Um grupo de doze famílias com filhos a frequentar desde o Jardim-de-Infância ao 1º e 2º anos de escolaridade tem vivido experiências de leitura singulares.
Felizes por reencontrarem autores da sua preferência, como é o caso de Luísa Ducla Soares, estas crianças apreciaram sobremaneira a obra “O Urso e a Formiga”, ficando “encantadas” com tão estranho bicho, o que levou, inclusivamente, a arrancar aos pais a promessa de o visitar no Jardim Zoológico. O pijama do urso e os sapatos das formigas foram eleitos como os acessórios preferidos dos meninos deste grupo, que concordaram, sem qualquer relutância, com a aplicação do plano da Formiga Rabiga.
O humor, o nonsense, a rima e a ilustração foram os aspectos mais valorizados nos livros de poesia, tendo as preferências recaído sobre a colectânea “Conto Estrelas em Ti”. As crianças do 1º CEB manifestaram até vontade de ler (autonomamente) estes textos, cuja sonoridade lhes agradava. A mãe do Vítor, que segundo a mesma “é um sonhador”, refere que “O Vítor repetiu toda a leitura da poesia”… No entanto, não foram as crianças as únicas tocadas pelo “bichinho” da poesia, pois estas obras “acordaram” a veia poética das mães e pais envolvidos, que, brincando com as palavras à volta do nome dos seus filhos, construíram rimas muito interessantes.
Vejamos, a título de exemplo:

“O meu filho é o João
É engraçado e brincalhão,
Usa muito a imaginação
Ouve histórias com atenção” (Lucília Silva, mãe do João)


“Hugo é o seu nome,
Quem o pôs sabe o que diz,
Eu só quero que o meu filho
No futuro seja feliz.

Venho aprender para a escola
Para poder ensinar
É tão bom vir aprender
E a minha infância recordar” (Fátima Gonçalves, mãe do Hugo)


“Conhecem a Beatriz?
Uma menina de pele branca
Com pintinhas no nariz,
Com ar meigo,
Ou talvez de santa…
Toda a gente se espanta,
Pois sabe bem o que diz!” (Elisabete Matos, mãe da Beatriz)

Daremos a conhecer as restantes rimas em tópico específico.

Voltemos às histórias: queijo, limão, algodão doce, bolacha e gelatina constam dos sabores da lua por estas bandas… Mas… ao João, a Lua saberia a FELICIDADE! É que os animais estavam tão felizes por terem conseguido chegar à lua (por isso é que dormiram tão juntinhos nessa noite), que a Lua não poderia ter outro sabor que não o da felicidade. Já a Luísa, que associou de imediato esta história ao “Nabo Gigante” (e que não entendeu para quê tanto trabalho por um nabo) não achou que valesse a pena tanto esforço para chegar à Lua… bem que os animais podiam ter canalizado as suas energias para outro fim… Bem, cada cabeça… sua “leitença” (leitura+sentença)…
Já o Maluquinho da Bola, deixou a Francisca muito preocupada… é que esta menina está prestes a ter um irmão… e não vá a mãe lembrar-se de ir ao futebol nesta altura…
Enfim… como nos é dado ver através deste pequeno retrato (pois as emoções das experiências de partilha que se vivem ao longo dos encontros não são passíveis de ser transcritas pela palavra), os livros de sempre… continuam a suscitar as mais variadas leituras e interpretações… No final de 11 edições, num total de 15 grupos, ainda sobram espaços em branco para continuar a preencher…
Até breve.

1 comentário:

Anónimo disse...

olá eu sou a Susana de Belinho- Esposende, eu e a minha filha participamos neste projecto o ano passado, foi demais, continuem, pois o vosso trabalho está a germinar em terreno fértil...